Sexta, 19 de abril
Quantas Vezes Devo Perdoar?
Não te digo que
até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Mateus 18:22 (ver versos 15-35)
“Então, Pedro, aproximando-se, Lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu
irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe
Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Por isso, o
reino dos Céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus
servos. E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.
Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a
mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga. Então, o
servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei. E
o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a
dívida.
“Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem
denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves. Então, o
seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te
pagarei. Ele, entretanto, não quis” (Mt 18:21-29). [...]
Essa parábola foi empregada a fim de revelar o espírito de ternura e compaixão
que o ser humano deve manifestar para com seus semelhantes.
O perdão concedido por esse rei representa o perdão que é sobrenatural – o
perdão divino de todo pecado. Cristo é representado pelo rei que, movido de
compaixão, perdoou a dívida de seu servo. [...]
Quando o devedor solicitou um prazo, com a promessa: “Sê paciente comigo, e te
pagarei”, a sentença foi revogada. Foi cancelada toda a dívida. E logo lhe foi
concedida a oportunidade de seguir o exemplo do mestre que lhe tinha perdoado.
[...] No entanto, ele, que havia sido tratado tão misericordiosamente, procedeu
com o conservo de maneira inteiramente oposta. [...]
A lição a ser aprendida é que devemos cultivar o espírito do verdadeiro perdão,
assim como Cristo perdoa o pecador, que de maneira alguma é capaz de pagar sua
dívida imensa. Devemos nos lembrar de que Cristo pagou um preço infinito pela
vida do ser humano, e devemos tratá-lo como propriedade adquirida de Cristo (Review
and Herald, 3 de janeiro de 1899).
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Quinta, 18 de
abril
Pérola de Grande Preço
O reino dos Céus é
também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e, tendo achado uma
pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra. Mateus 13:45, 46
Quando
Cristo comparou o reino dos Céus a uma pérola de grande preço, desejou levar
toda pessoa a valorizar essa pérola acima de tudo o mais. A posse da pérola,
que significa a posse de Cristo como Salvador pessoal, é um símbolo das
riquezas mais altas. É um tesouro que paira acima de todos os tesouros
terrestres.
Cristo está disposto a receber todos os que com sinceridade vão a Ele. Ele é
nossa única esperança. É nosso Alfa e Ômega. É nosso sol e escudo; nossa
sabedoria, nossa santificação, nossa justiça. Por Seu poder, unicamente, nosso
coração pode ser diariamente guardado no amor de Deus. [...]
Em certa ocasião, Cristo advertiu Seus discípulos a que se acautelassem de
lançar pérolas àqueles que não possuíam discernimento para reconhecer seu
valor. [...] “Não deis aos cães o que é santo”, declarou, “nem lanceis ante os
porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos
dilacerem” (Mt 7:6). [...]
Quando as pessoas se mostram não impressionáveis, incapazes de reconhecer a
pérola de grande valor; quando lidam de maneira desonesta com Deus e o próximo;
quando demonstram que seu fruto é o fruto da árvore proibida; acautele-se para
que, ao se relacionar com elas, você não perca sua relação com Deus. [...]
A verdade como é em Jesus aperfeiçoa o ser humano e o mantém assim. A verdade é
uma âncora segura e firme para o coração. Mas a verdade não é verdade para
aquele que não lhe obedece. Sempre que o homem se afasta dos princípios da
verdade, trai a verdade sagrada. Certifique-se toda pessoa, qualquer que seja
sua esfera de ação, de que a verdade se acha implantada no coração pelo poder
do Espírito de Deus. A menos que isso seja assegurado, os que pregam a Palavra
trairão depósitos sagrados. Médicos serão tentados e naufragarão na fé.
Advogados, juízes, senadores se tornarão corruptos e, entregando-se ao suborno,
se deixarão comprar e vender. Aqueles que não andam na luz como Cristo está na
luz, são líderes cegos guiando cegos. “São nuvens sem água, levadas pelos
ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas
vezes mortas, desarraigadas” (Jd 12) (Review and Herald, 1º de agosto de 1899).
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Quarta, 17 de abril
A Videira e Seus Ramos
Eu sou a
videira verdadeira, e Meu Pai é o agricultor. João 15:1
Em Suas lições, Cristo não procurava usar coisas muito grandiosas,
extravagantes. Ele veio para ensinar, da forma mais simples, verdades que eram
de vital importância, que até mesmo a classe que Ele chamava de bebês era capaz
de compreender. No entanto, em Suas mais simples ilustrações, havia tal
profundidade e beleza que até mesmo as mentes mais educadas não se podiam
cansar. [...]
A videira foi muitas vezes usada para simbolizar Israel, e a lição que Cristo
agora ensinava aos Seus discípulos era extraída dela. Ele poderia ter usado a
elegante palmeira para representá-Lo. O imponente cedro que se eleva em direção
ao céu, ou o forte carvalho que estende seus galhos e os ergue para o alto, Ele
poderia ter usado para representar a estabilidade e a integridade daqueles que
são Seus seguidores. Ele, porém, usou a videira, com seus ramos, para
representar a Si mesmo em relação aos Seus verdadeiros seguidores.
“Eu sou a videira verdadeira, e Meu Pai é o
agricultor.”
Nos montes da Palestina plantou nosso Pai celestial essa boa Videira, e Ele
mesmo era o Lavrador. Não havia característica física alguma que à primeira
vista desse a impressão de Seu valor. Ela parecia brotar como raiz em solo
seco, e atraiu pouca atenção. Muitos foram atraídos pela beleza dessa Videira,
reconhecendo-Lhe a origem celestial. Os cidadãos de Nazaré ficaram extasiados
ao testemunhar Sua beleza; ao receber, porém, a ideia de que ela se tornaria
mais graciosa e atrairia mais atenção do que todos, eles lutaram a fim de
arrancar a preciosa planta pela raiz e lançá-la para o outro lado do muro.
Tomaram a planta e a esmagaram, pisando-a sob os pés profanos. Seu pensamento
era o de destruí-la para sempre, mas o celestial Lavrador nunca perdeu de vista
Sua planta. Quando os homens pensavam que a tinham matado, Ele a tomou e a
plantou do outro lado do muro. Ele a ocultou da visão terrena. [...]
Cada ramo que frutifica é um representante vivo da videira, pois apresenta o
mesmo fruto da videira. [...] Cada ramo revelará se possui ou não vida, pois
onde há vida há crescimento. Existe uma comunicação contínua das propriedades
vitais da videira, e isso é demonstrado pelo fruto que os ramos apresentam.
Como o enxerto recebe vida quando ligado à videira, assim o pecador participa
da natureza divina quando em união com Cristo. O ser humano finito é ligado com
o infinito Deus (Review and Herald, 2 de novembro de 1897).
Terça,
16 de abril
Palavras Cativantes
Jamais alguém
falou como este homem. João 7:46
Os mais altamente instruídos ficavam encantados com as palavras de Jesus, e os
incultos sempre obtinham benefício delas, uma vez que Ele os conduzia à
compreensão. Suas ilustrações eram tiradas das coisas da vida diária e, embora
simples, traziam admirável profundidade de sentido. As aves do céu, os lírios
do campo, a semente, o pastor e as ovelhas – com essas coisas, Cristo ilustrava
a verdade imortal; posteriormente, sempre que Seus ouvintes viam essas coisas
da natureza, elas evocavam as palavras dEle. [...]
Cristo Se servia sempre de linguagem simples, no entanto, Suas palavras
provavam o conhecimento dos profundos pensadores destituídos de preconceitos.
As verdades espirituais devem ser sempre apresentadas em linguagem simples,
mesmo quando dirigidas a homens instruídos, pois esses geralmente são
ignorantes em relação às coisas espirituais. A linguagem mais simples é a mais
eloquente. [...] As palavras de Cristo, tão confortantes e animadoras para os
que as ouviam, são para nós hoje em dia. Como um fiel pastor conhece suas
ovelhas e delas cuida, assim cuida Cristo de Seus filhos. [...] Jesus conhece
intimamente Suas ovelhas, e as que sofrem, as desamparadas são motivo de Seu
especial cuidado. [...]
Cristo não designou que Suas palavras voltassem para Ele vazias. [...] Ele
mesmo não escreveu nada, mas o Espírito Santo trouxe todas as Suas palavras e
ações à lembrança dos discípulos, para que elas pudessem ser relembradas para
nosso benefício. A instrução de Cristo foi dada com a maior clareza. Não havia
necessidade de ninguém compreendê-la mal. No entanto, os escribas e os fariseus
[…]
interpretaram e aplicaram erroneamente as
palavras dEle. As afirmações que eram o pão da vida para o coração faminto
foram amargas para os líderes judeus. [...]
No sermão do monte, Cristo falou como se soubesse que os escribas e fariseus
cressem no Antigo Testamento. Eles estavam entre a multidão, e os discípulos
estavam bem próximos ao amado Mestre. Ali Cristo declarou: “Se a vossa justiça
não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos
Céus” (Mt 5:20). Por essas palavras, Ele condenou o formalismo e a hipocrisia
daqueles líderes. E apesar de se aplicarem diretamente àqueles que estavam
diante dEle, essas palavras também se aplicam às pessoas que, atualmente, não
praticam a vontade de Deus (Review and Herald, 18 de maio de 1897).
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Segunda, 15 de
abril
Tesouro Particular
A todo o que tem se lhe
dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
Mateus 25:29
Aqueles que aceitam Jesus como seu Salvador pessoal viverão em humildade,
paciência e amor. Eles não se entregam ao Senhor visando ao benefício que podem
receber. Tornam-se um com Cristo assim como Cristo é um com o Pai, e
diariamente recebem a recompensa de ser participantes da humildade, do
vitupério, da renúncia e da abnegação de Cristo. Sua alegria está em guardar as
ordens do Senhor. No serviço verdadeiro, encontram esperança, paz e conforto e,
com fé e coragem, avançam no caminho da obediência, seguindo Aquele que
entregou a vida por eles. Por meio de sua consagração e devoção, revelam ao
mundo a veracidade das palavras: “Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo
vive em mim” (Gl 2:20).
“Os que temiam ao Senhor”, escreveu o profeta Malaquias, “falavam uns aos
outros; o Senhor atentava e ouvia; havia um memorial escrito diante dEle para
os que temem ao Senhor e para os que se lembram do Seu nome” (Ml 3:16). As
palavras proferidas foram de reclamação, censura ou autopiedade? Não; em
contraste com aqueles que falam contra Deus, os que O temem proferem palavras
de coragem, gratidão e louvor. Eles não cobrem o altar de Deus com lágrimas e
lamentações; apresentam-se com a face iluminada com os raios do Sol da Justiça
e louvam a Deus por Sua bondade.
Tais palavras fazem com que o Céu inteiro se regozije. Aqueles que as proferem
talvez careçam de posses mundanas, mas demonstram gratidão ao entregar
fielmente a Deus a porção que Ele exige. Egoísmo não constitui os capítulos de
sua história de vida. Em amor e gratidão, com cânticos de louvor em seus
lábios, apresentam suas ofertas a Deus, dizendo como Davi: do que é Teu
ofertamos-Te liberalmente. “Eles serão para Mim particular tesouro, naquele dia
que prepararei, diz o Senhor dos Exércitos; poupá-los-ei como um homem poupa a
seu filho que o serve” (v. 17). [...]
Aqueles que verdadeiramente servem a Deus O temerão, não como fez o servo
infiel, que enterrou seus talentos porque temeu que o Senhor não recebesse o
que era Seu. Temerão desonrar seu Mestre ao falhar em aperfeiçoar seus talentos
(Review and Herald, 5 de janeiro de 1897).
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Domingo, 14 de
abril
O Servo Infiel
Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor,
sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não
espalhaste, receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
Mateus 25:24,25
A lição
dessa parábola é clara. Todos os dons de intelecto ou de bens foram confiados
àqueles que os possuem. Eles pertencem a Deus e devem ser usados para Sua honra
e glória. Devem ser aperfeiçoados e ampliados pelo uso, para que o Senhor
receba seu lucro. No entanto, o Senhor não recebe lucro algum de muitos
talentos, pois, assim como fez o servo infiel, aqueles a quem foram confiados
os colocam onde não são aumentados.
Aqueles em cujo coração o egoísmo é cultivado darão ouvidos às tentações de
Satanás e agirão conforme o servo infiel e preguiçoso. Esconderão o tesouro que
lhes foi confiado, negligenciando usar seus talentos para o Senhor. [...]
Semearam pouco ou nada, e colherão pouco. Apesar de o Senhor lhes dizer isso em
palavras claras demais para serem claramente mal compreendidas, eles cultivam a
insatisfação no coração e reclamam de que o Senhor é um mestre severo, que
estão recebendo um tratamento duro e cruel. [...]
Hoje esse trabalho está sendo realizado por muitos que alegam conhecer a Deus.
Falam de maneira insatisfeita e queixosa a respeito das exigências do Senhor.
Não culpam diretamente a Deus por ser injusto, mas reclamam de tudo que diz
respeito ao uso de sua influência ou recursos para o serviço dEle.
Não importa quem sejam, se aqueles a quem o Senhor confiou Seus dons não
fizerem o melhor uso daquilo que receberam, se não cooperarem com os anjos
celestiais ao procurar ser uma bênção ao próximo, receberão a condenação do
Senhor: Mau e negligente servo. Você recebeu muitos dons, mas se esquivou de
usá-los. [...] Você, que pensava conhecer tanto, maldosamente Me representou de
forma distorcida e permitiu que outros pensassem que sou injustamente severo e
exigente. “E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e
ranger de dentes” (Mt 25:30). Naquele dia, os servos infiéis reconhecerão seu
erro e perceberão que, ao terem colocado seus talentos onde o Senhor não pôde
receber lucro, não apenas perderam tudo o que possuíam, mas também perderam as
riquezas eternas (Review and Herald, 5 de janeiro de 1897).
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Sábado,
13 de abril
Sua
Lâmpada Tem Óleo?
O reino dos Céus será
semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se
com o noivo. Mateus 25:1 (ver verso 13)
Embora cinco virgens sejam representadas como prudentes e cinco como loucas,
todas tinham lâmpadas. Todas foram convencidas de que precisavam se preparar
para a vinda do noivo, e todas adquiriram conhecimento da verdade.
Aparentemente, não havia diferença entre as prudentes e as loucas, até que se
ouviu o clamor: “Eis o noivo! Saí ao seu encontro!” (Mt 25:6). Nesse momento,
foi revelado o verdadeiro estado das coisas.
As prudentes tiveram o cuidado de carregar consigo óleo em seus vasilhames,
para que as lâmpadas que começavam a brilhar com menos intensidade pudessem ser
reabastecidas com óleo. As loucas, porém, não fizeram provisão para essa
emergência, e fizeram uma séria e aflita petição às prudentes. [...]
Negligenciaram o preparo para se encontrar com o noivo, e agora buscavam o
auxílio das que providenciaram suprimento de óleo. [...]
Ao ler essa parábola, podemos apenas sentir pena das virgens loucas e fazer a
pergunta: Por que as virgens prudentes não dividiram seu suprimento de óleo?
Porém, ao fazermos a aplicação espiritual da parábola, podemos entender a
razão. É impossível para aqueles que possuem fé e graça dividir seu suprimento
com aqueles que não possuem. É impossível para aqueles que fizeram profundo
exame de coração partilhar os benefícios com aqueles que fizeram apenas um
exame superficial. [...]
Todas as dez virgens pareciam estar prontas para a chegada do noivo. No
entanto, o teste revelou o fato de que cinco estavam despreparadas. [...]
As virgens loucas não representam aqueles que são hipócritas. Elas tinham
consideração pela verdade, defendiam a verdade, planejavam sair ao encontro do
noivo. Elas estavam vinculadas àqueles que creem na verdade, e andavam com
eles; elas possuíam lâmpadas, o que representa o conhecimento da verdade. [...]
Muitos aceitam a verdade prontamente, mas não a assimilam, e sua influência não
é duradoura. São semelhantes às virgens néscias, que não tinham azeite em suas
vasilhas com as lâmpadas. O azeite é um símbolo do Espírito Santo que é introduzido
no coração pela fé em Jesus Cristo. Aqueles que examinam diligentemente as
Escrituras com muita oração, que confiam em Deus com firme fé, que obedecem aos
Seus mandamentos estarão entre os que são representados como virgens prudentes
(Review and Herald, 17 de setembro de 1895).
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Sexta, 12 de abril
Um Mestre de Justiça
Se vós permanecerdes na Minha palavra, sois verdadeiramente Meus
discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
João 8:31, 32
Disse
Cristo: “Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis
descanso para a vossa alma” (Mt 11:29). Jesus foi o maior Mestre que o mundo já
conheceu. Ele apresentava a verdade em afirmações claras e convincentes, e as
ilustrações que usava eram do tipo mais puro e elevado. [...]
No sermão do monte, Cristo ensinou a interpretação verdadeira do Antigo
Testamento, expondo a verdade que havia sido pervertida pelos líderes, escribas
e fariseus. Que amplo significado Ele conferiu à lei de Deus! Ele mesmo havia
dado a lei na ocasião em que as estrelas da alva juntas entoaram louvores e
todos os filhos de Deus bradaram de alegria. O próprio Cristo era o fundamento
de toda a estrutura judaica, o fim dos tipos, símbolos e sacrifícios. Ocultado
pela coluna de nuvem, Ele dera instruções específicas a Moisés com relação à
nação judaica, e era o único capaz de dispersar da multidão os erros que,
devido às normas e às tradições humanas, acabaram se acumulando sobre a
verdade. [...]
Ele colocou a verdade bem no alto, para que, como uma luz, pudesse iluminar a
escuridão moral do mundo. Resgatou cada pérola da verdade do entulho das normas
e das tradições de homens e exaltou-a ao trono de Deus de onde ela fora dada.
[...]
Seu modo de proceder contrastava de tal maneira com o modo de proceder dos
escribas, fariseus e mestres religiosos da época que eles foram expostos como
sepulcros caiados, religiosos hipócritas que buscavam exaltar-se pela forma de
santidade, enquanto por dentro estavam cheios de trevas e de toda impureza. Não
podiam tolerar a verdadeira santidade, o verdadeiro zelo por Deus, que era a
característica distintiva do caráter de Cristo, pois a verdadeira religião
censurava seu espírito e práticas. [...]
No coração de Jesus havia ódio apenas pelo pecado. Eles O teriam recebido como
Messias se Ele simplesmente tivesse manifestado Seu poder de operar milagres e
Se abstivesse de denunciar o pecado, de condenar suas paixões corruptas e de
pronunciar a maldição de Deus sobre a idolatria deles; mas como não deu
liberdade para o mal, apesar de ter curado o enfermo, aberto os olhos do cego e
ressuscitado o morto, eles não tinham coisa alguma a oferecer ao divino Mestre
a não ser insultos cruéis, ciúme, inveja, más suspeitas e ódio (Review and
Herald, 6 de agosto de 1895).
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Quinta,
11 de abril
Os
Trabalhadores
O reino
dos Céus é semelhante a um dono de casa que saiu de madrugada para assalariar
trabalhadores para a sua vinha. E, tendo ajustado com os trabalhadores a um
denário por dia, mandou-os para a vinha. Mateus 20:1, 2 (ver versos 1-16)
Cristo
ensinou por meio de figuras e símbolos. Certa ocasião, Ele contou uma parábola
sobre a contratação de trabalhadores a fim de ilustrar a maneira de Deus lidar
com aqueles que se dedicam ao Seu serviço. [...]
Era costume na Judeia que os homens que procuravam trabalho esperassem nas
praças, e lá iam os empreiteiros procurar servos. Na Europa, esse costume
continua sendo praticado. Aqueles que precisam de ajuda vão às praças em busca de
trabalhadores que possam contratar. O homem da parábola é apresentado como
tendo ido contratar operários em horários diferentes. Os que foram contratados
nas primeiras horas concordaram em trabalhar por determinada soma; os que foram
contratados mais tarde deixaram seu salário a critério do pai de família.
“Ao cair da tarde, disse o senhor da vinha ao seu administrador: Chama os
trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos, indo até aos
primeiros. Vindo os da hora undécima, recebeu cada um deles um denário. Ao
chegarem os primeiros, pensaram que receberiam mais; porém também estes
receberam um denário cada um” (Mt 20:8-10). [...]
A lição dos trabalhadores se aplicava à questão discutida pelos discípulos no
caminho: qual deles seria o maior no reino do Céu. O Redentor do mundo percebeu
o perigo que ameaçava a igreja e procurou despertar Seu povo para uma
compreensão de sua posição, pois essa parábola foi uma continuação da lição
ensinada em resposta à pergunta de Pedro: “Eis que nós tudo deixamos e Te
seguimos; que será, pois, de nós?” (Mt 19:27). [...]
Com implícita confiança, devemos permanecer em Deus e permitir que nosso
coração descanse nEle sem questionar qual será o tamanho de nossa recompensa.
[...]
Jesus não quer que todos os que estão empenhados em Seu serviço sejam ansiosos
por recompensas, nem considerem que devem receber compensação por tudo o que
fazem. [...] O Senhor pesa o espírito e recompensa em conformidade com ele; e o
puro, humilde, inocente espírito de amor torna a oferta preciosa a Sua vista
(Review and Herald, 3 de julho de 1894).
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Quarta,
10 de abril
O
Homem Rico
O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava
consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos?
Lucas 12:16, 17
Esse homem recebera tudo de Deus. Ao sol
fora permitido brilhar sobre sua propriedade, pois seus raios caem sobre justos
e injustos. A chuva desce do céu do mesmo modo sobre maus e bons. O Senhor
fizera que a vegetação florescesse e os campos produzissem abundantemente. O
rico estava em perplexidade sobre o que devia fazer com a colheita.
Considerava-se mais favorecido do que os outros homens e tomou para si o
crédito por sua sabedoria. Possuía grande riqueza e não podia reprovar a si
mesmo pelos pecados de que muitos eram culpados. Havia conquistado seus bens,
não por meio de jogos de azar, tampouco por tirar vantagem do infortúnio de
outros que se envolveram em problemas financeiros e foram obrigados a vender
suas propriedades por valor inferior; mas conquistou sua riqueza pela
providência de Deus em fazer com que sua terra produzisse em abundância. O
homem rico revelou seu egoísmo e manifestou algo que ainda não tinha suspeitado
fizesse parte de seu caráter.
Ele não pensou em Deus, o grande Doador de todas as bênçãos por ele recebidas.
Não considerou sua responsabilidade para com Deus. [...] Se ele tivesse amado e
temido a Deus, teria rendido ações de graças e se prostrado diante dEle,
dizendo: “Instrui-me a fazer uso desses bens.” [...]
Quantos famintos poderiam ter sido alimentados, quantos nus vestidos, quantos
corações alegrados, quantas orações por pão e vestimenta respondidas e que
melodia de louvor poderia ter ele conduzido outros a elevar ao Céu. O Senhor
respondera às orações dos pobres e necessitados e fizera provisão abundante
para suprir todas as necessidades deles por meio da bênção concedida ao homem
rico. No entanto, o homem que repentinamente se enriquecera fechou as avenidas
do coração ao clamor do necessitado; e, em lugar de dispor da abundância de bens
para suprir as necessidades do próximo, disse aos servos: “Farei isto:
destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-eis maiores e aí recolherei todo o
meu produto e todos os meus bens” (Lc 12:18). [...]
Disse ele: “Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos
anos; descansa, come, bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite
te pedirão a tua alma” (v. 19, 20) (Review and Herald, 19 de junho de 1894).
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Terça,
9 de abril
A
Oposição Pode Ser Benéfica
A que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido de bom e reto
coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança. Lucas 8:15
Se o amor
ao mundo, a autoestima ou qualquer pensamento ou ação corrompidos obtiverem
vitória sobre nós, perderemos a confiança em Jesus ou em nós mesmos? Será que
isso aconteceu por uma falha da parte de Cristo em não nos suprir com Sua
graça? Não; isso aconteceu porque não fizemos o que o Senhor nos disse para
fazer: “Vigiai em oração” (1Pe 4:7); “a todo tempo, orando” (Lc 21:36). “Orai
sem cessar” (1Ts 5:17).
Como podemos ser espiritualmente sadios se não orarmos e não mantivermos uma
ligação com Cristo, a Fonte de toda luz, vida e poder espirituais? [...] Ele é
o pão que desceu do Céu. Sejamos praticantes de Sua Palavra e teremos vida e
poder espirituais. Devemos nos posicionar como suplicantes diante de Deus, pois
a oração nos coloca em contato imediato com Ele por meio de Jesus Cristo. Ele é
o Caminho, a Verdade e a Vida. Se o cristão fracassa é porque não obedece às
ordens de seu Capitão. Está desprevenido; não é semelhante a Cristo. A
negligência da oração representa um desastre para a vida espiritual, pois somos
levados a cair desatentamente em tentação. Mas, se cairmos, não devemos perder
a confiança em Deus; percamos a confiança em nós mesmos e nos aproximemos ainda
mais de Cristo.
Cristo não deve ser culpado pelos resultados da negligência e da indecisão do
ser humano. Ele, que entregou a vida para salvar o ser humano caído, reconhece
o valor de cada pessoa. Ele nunca falhará em cumprir a parte dEle, tampouco
ficará desanimado. Jamais abandonará no conflito aquele que erra, que é tentado
e provado. “A Minha graça te basta” (2Co 12:9). “Deus é fiel e não permitirá
que sejais tentados além das vossas forças” (1Co 10:13).
Ele mede e pesa cada prova antes de permitir que ela sobrevenha. [...]
A oposição que enfrentamos poderá ser benéfica para nós em muitos sentidos. Se
for devidamente suportada, desenvolverá virtudes que nunca teriam aparecido se
os cristãos nada tivessem a suportar. E a fé, a paciência, a clemência, a
inclinação para as coisas celestiais, a confiança na Providência Divina e
genuína compaixão para com os que erram são o resultado de provações bem
suportadas. [...]
Se a Palavra for recebida em um coração honesto e bom, a personalidade
inflexível será vencida, e a fé, apegando-se às promessas e confiando em Jesus,
será triunfante (Review and Herald, 28 de junho de 1892).
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Segunda,
8 de abril
Ouvintes
da Boa Terra
Outra caiu em boa terra e deu fruto: um, a cem, outro, a sessenta,
e outro, a trinta. Mateus 13:8
Que alento saber que o semeador nem sempre será desapontado. A semente, às
vezes, é recebida pelo coração sincero. O ouvinte compreende a verdade e não
resiste ao Espírito Santo nem recusa receber a impressão da verdade sobre o
coração. [...] Ele recebe a verdade no coração e ela realiza uma obra transformadora
em seu caráter. Ele não é capaz de mudar o próprio coração, mas o Espírito
Santo, através de sua obediência à verdade, santifica-o.
Um coração bom não significa um coração sem pecado, pois o evangelho deve ser
pregado ao perdido. Jesus disse: “Não vim chamar justos, e sim pecadores” (Mc
2:17). O pecador condenado se vê como transgressor no grande espelho moral, a
santa lei de Deus. Contempla o Salvador, na cruz do Calvário, e indaga a razão
de ter sido feito tão grande sacrifício.
A cruz aponta para a santa lei de Deus, que foi transgredida. Foi para salvar o
transgressor da ruína que Aquele que era igual a Deus ofereceu Sua vida no
Calvário. [...] A lei não tem poder para perdoar o malfeitor, mas Jesus tomou
sobre Si os pecados do transgressor, e assim como o pecador exercita fé nEle
como seu sacrifício, Cristo atribui Sua justiça ao culpado. Há apenas um
caminho para a salvação desde os dias de Adão. “Abaixo do céu não existe nenhum
outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At
4:12). Não temos razão para temer, enquanto mantivermos o olhar fixo em Jesus,
crendo que Ele é capaz de salvar todos os que se achegam a Ele.
Como resultado da fé ativa em Cristo, entramos em guerra moral com o mundo, a
carne e o diabo. Se travarmos essa guerra munidos de nossa própria sabedoria,
nossa habilidade humana, certamente seremos vencidos; mas, se exercitarmos a fé
viva em Cristo e praticarmos a piedade, entenderemos o significado de ser
santificados pela verdade e não seremos vencidos no conflito, pois anjos
celestiais estarão acampados ao nosso redor. Cristo é o Capitão da nossa
salvação. Ele é quem fortalece Seus seguidores para o conflito moral que eles
se comprometem a travar. [...]
Aquele que abre as Escrituras e se alimenta do maná celestial torna-se
participante da natureza divina. Ele não possui vida ou experiência
separadamente de Cristo. [...] E sabe que, no caráter, precisa ser semelhante
Àquele em quem Deus Se compraz (Review and Herald, 28 de junho de 1892).
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Domingo,
7 de abril
Ouvintes
Cheios de Espinhos
Outra
caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram. Mateus 13:7
Por meio dos espinhos que sufocam a boa semente, o Grande Mestre descreve os
perigos que cercam aqueles que ouvem a Palavra de Deus, pois por toda parte há
inimigos para tornar de nenhum efeito as preciosas verdades divinas. Se o
cristão quiser que a semente da verdade floresça em seu ser, deve renunciar a
tudo aquilo que desvia as afeições de Deus; tudo o que consome a atenção para
que ele não tenha espaço no coração. Jesus especifica as coisas que são
perigosas para o espírito. Ele diz que os cuidados deste mundo, a ilusão das
riquezas e o desejo por outras coisas sufocam a Palavra, o crescimento da
semente espiritual, para que a pessoa não consiga absorver os nutrientes que
emanam de Cristo, como fazem os ramos da videira, e a vida espiritual pereça
por completo. O amor ao mundo, o amor aos seus prazeres e tudo o que eles têm a
oferecer mantêm a mente afastada de Deus, pois aquele que ama o mundo não
depende de Deus para obter coragem, esperança e alegria. Não sabe o que é ter a
alegria de Cristo, pois se trata da alegria de levar outros à Fonte da vida, de
ganhar pessoas do pecado para a justiça. [...]
Quando aqueles que apenas possuem um conhecimento parcial da verdade são
chamados para estudar algum ponto contrário às suas opiniões preconcebidas,
ficam confusos. Suas opiniões preconcebidas são como espinhos que sufocam a
Palavra de Deus. Quando a verdade é semeada e chega o momento em que é
necessário arrancar os espinhos pela raiz a fim de abrir espaço, eles sentem
que estão perdendo tudo e que se encontram em apuros.
Existem muitos que possuem apenas uma compreensão imperfeita do caráter de
Deus. Pensam nEle como um ser carrancudo e arbitrário, e quando se apresenta o
fato de que Deus é amor, essas pessoas encontram dificuldade em colocar de lado
suas falsas concepções a respeito dEle. Se, porém, não permitirem a entrada da
Palavra da verdade, arrancando os espinhos pela raiz, os cardos se levantarão
mais uma vez e sufocarão a boa Palavra de Deus. [...]
A lei de Deus é a base de Seu governo e, através dos séculos eternos, será a
norma de Seu reino. [...] Se não nos submetermos às suas exigências nesta vida,
aprendendo a amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a nós mesmos, não
haverá mudança alguma em nosso caráter por ocasião do aparecimento de Cristo
(Review and Herald, 21 de junho de 1892).
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Sábado,
6 de abril
Ouvintes
dos Pedregais
Outra
parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque
não tinha terra funda. Mateus 13:5
A semente lançada no pedregal encontra solo pouco profundo. A planta brota rapidamente,
mas as raízes não podem penetrar no rochedo a fim de obter nutrição para
sustentar seu crescimento, e logo perece. Muitos que professam religião são
ouvintes de pedregais. Essa classe pode ser convencida com facilidade, mas só
possui religião superficial. [...]
Existem aqueles que recebem a preciosa verdade com alegria; são excessivamente
zelosos e se admiram de que nem todos sejam capazes de enxergar as coisas que
lhes são tão claras. Insistem para que outros aceitem a doutrina que tanto lhes
satisfaz. São rápidos em condenar o hesitante e aqueles que cuidadosamente
avaliam as evidências da verdade e consideram todos os seus aspectos. [...] No
entanto, no momento da provação, esses entusiastas geralmente vacilam e
fracassam. [...]
Como as raízes de uma planta que penetram o solo para sugar a umidade e os
nutrientes da terra, deve o cristão permanecer em Cristo e absorver a seiva e
os nutrientes que dEle emanam, assim como os ramos da videira, até que não
possa ser pelas provações desviado da Fonte de sua força. [...]
Os ouvintes de pedregais podem se regozijar por um período, pois pensam que a
religião é algo que os libertará da prova e de toda dificuldade. Eles não
avaliaram o risco. [...]
Os que foram representados por Cristo como ouvintes de pedregais confiavam em
suas boas obras, em seus bons impulsos. Confiavam na própria força e justiça.
Não estavam “fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder” (Ef 6:10). Não
sentiam que a eterna vigilância era o preço da segurança. Poderiam ter se revestido
de toda a armadura de Deus e ser capacitados a oferecer resistência aos enganos
do inimigo. As ricas e abundantes promessas de Deus foram proferidas em seu
benefício e, ao crer na Palavra de Deus, teriam sido revestidos com um “assim
diz o Senhor” e habilitados a se opor a cada artimanha maliciosa do adversário;
pois, ao atacar o inimigo como uma inundação, o Espírito do Senhor levantaria
contra ele uma bandeira em nosso favor (Review and Herald, 7 de junho de 1892).
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Sexta,
5 de abril
Ouvintes
da Beira do Caminho
Eis que o
semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho. Lucas
8:5
O grande conflito entre Cristo, o príncipe da luz, e Satanás, o príncipe das
trevas, é apresentado diante de nós na parábola do semeador. [...] O semeador é
o Filho de Deus, ou aquele a quem Cristo delega Sua obra, pois, ao cooperar com
Cristo, o ser humano se torna coobreiro de Deus. Aqueles que pelo ministério
pessoal abrem as Escrituras diante de outros estão semeando a boa semente, pois
a boa semente é a Palavra de Deus. [...]
A semente lançada à beira do caminho representa a Palavra de Deus quando cai no
coração de um ouvinte desatento, pois aqueles que desejam produzir frutos devem
meditar muito na Palavra de Deus que lhes foi apresentada. [...] Como os
pássaros estão prontos para tirar a semente do caminho, assim também Satanás é
representado como estando em prontidão com seus agentes invisíveis do mal a fim
de banir do coração as sementes da verdade divina, a menos que ela encontre
abrigo ali e produza frutos para vida eterna. [...]
Satanás e seus anjos estão presentes nas assembleias em que o evangelho do
reino é pregado. Embora os anjos celestiais também estejam presentes para
ministrar àqueles que serão herdeiros da salvação, o inimigo está sempre alerta
para tornar de nenhum efeito a influência da verdade. Com zelo que pode apenas
ser igualado à sua malícia, ele procura frustrar a operação do Espírito de Deus
no coração do ouvinte. Ele percebe que, se a verdade for aceita, perderá o
controle sobre o indivíduo e Cristo obterá a vitória. [...]
Os corações podem ser tão duros quanto o caminho batido e pode parecer uma
tentativa inútil apresentar-lhes a verdade; mas, embora a lógica possa falhar
em agir, e o argumento seja impotente para convencer, que o obreiro se aproxime
de Cristo com afinidade e compaixão semelhantes às do Mestre, e possivelmente o
amor de Cristo subjugará e amolecerá o coração em ternura e contrição. [...]
Através
dos anos de graça, Deus está testando e provando o coração das pessoas, para
que possa ser visto quem dará lugar para Jesus. A pergunta a ser respondida por
toda pessoa é: “Aceitará você o amor perdoador de Deus, remédio para as
enfermidades do coração, ou escolherá a inimizade de Satanás e colherá o
terrível destino dos perdidos?” (Review and Herald, 31 de maio de 1892).
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Quinta,
4 de abril
Muito
a Dizer
Tenho
ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier,
porém, o Espírito da verdade, Ele vos guiará a toda a verdade. João 16:12, 13
O Senhor
Jesus tinha verdades preciosas para apresentar aos Seus discípulos, mas não
pôde revelá-las até que a mente deles estivesse em condições de compreender o
significado daquilo que Ele desejava ensinar. [...]
Embora Cristo tenha revelado coisas grandes e maravilhosas à mente de Seus
discípulos, absteve-Se de dizer muitas que não podiam ser compreendidas por
eles. Em seu último encontro com os discípulos antes de Sua morte, Ele disse:
“Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.” [...]
Ideias terrenas, coisas temporais ocupavam um espaço tão grande na mente deles
que não conseguiam entender, na época, a natureza elevada e o caráter santo do
reino de Cristo, apesar de Ele tê-lo apresentado em termos claros. Devido à
interpretação errônea que previamente tinham das profecias, devido aos costumes
e às tradições de homens apresentados e impostos pelos sacerdotes, a mente
deles havia se tornado confusa e endurecida para a verdade. [...]
Que verdade Jesus reteve pelo fato de eles ainda não estarem prontos para
compreender? As verdades mais espirituais e gloriosas a respeito do plano da
redenção. As palavras de Cristo, que o Consolador trouxe novamente à mente dos
discípulos após Sua ascensão, levaram-nos a refletir com mais cuidado e a orar
com mais fervor a fim de que pudessem compreender as palavras do Mestre e
proclamá-las ao mundo. Somente o Espírito Santo podia habilitá-los a reconhecer
o significado do plano da redenção. As lições de Cristo, enviadas ao mundo por
meio do testemunho inspirado dos discípulos, possuem um significado e valor
muito além daquele que o leitor casual das Escrituras pode lhes conferir.
Cristo procurou tornar claras Suas lições por meio de ilustrações e parábolas.
Ele apresentou as verdades bíblicas como um tesouro escondido em um campo que,
ao ser descoberto, aquele que o encontra sai e vende tudo o que possui a fim de
comprá-lo. Cristo representa as pérolas da verdade não como estando expostas
diretamente sobre a superfície, mas enterradas em solo profundo – como tesouros
escondidos que devem ser procurados. Devemos cavar para encontrar as preciosas
joias da verdade, assim como um homem cava uma mina.
Ao apresentar a verdade aos outros, devemos seguir o exemplo de Jesus (Review
and Herald, 14 de outubro de 1890).
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Quarta, 3 de abril
A Figueira Estéril
Tendo
forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. 2 Timóteo 3:5 (ver Mateus
21:19-21)
O tratamento dado pelo Salvador do mundo à figueira estéril mostra de que forma
serão tratados aqueles que apenas têm forma de piedade. [...] Essa árvore
representa os judeus, que se recusaram a corresponder ao amor de Cristo. A
despeito de todos os privilégios e oportunidades que lhes foram concedidos,
eles produziram apenas cardos e espinhos – nenhum fruto para a glória de Deus.
A figueira estéril é uma parábola da casa de Israel; uma lição muito
impressionante. Ela também é uma lição para os professos seguidores de Cristo
em cada era. Percorrendo o tempo, ela fala em linguagem inconfundível aos
formalistas e ostentadores de piedade que se mostram ao mundo com alta
profissão, mas são totalmente desprovidos da piedade vital que apenas Deus
reconhece como fruto. [...]
Assim como a figueira estéril, muitos exibem seus galhos cobertos de folhagem
diante do Senhor, orgulhosamente alegando ser o povo que guarda Seus
mandamentos, enquanto Aquele que examina o coração os encontra destituídos de
fruto. [...]
Aprendemos com o Registro Sagrado que essa árvore estava revestida de folhagem
verde, embora em seus galhos não houvesse qualquer cacho redentor de fruto.
Note as palavras: “Tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder.” A
condenação da figueira estéril tem uma aplicação individual aos professos
seguidores que manifestam as tendências naturais de um coração não renovado e
em sua vida diária contradizem a fé. Eles não representam o caráter de Cristo
ao mundo, pois Cristo não está neles.
Nosso Salvador jamais Se afastou do verdadeiro penitente, a despeito do tamanho
de sua culpa. Odeia, porém, toda a hipocrisia e vã exibição. [...]
Triste é o destino dos professos seguidores destituídos de frutos, pois o
pecador declarado se encontra em uma posição mais favorável aos olhos de Deus.
A maldição divina recai sobre a classe que esconde a deformidade de sua vida
sob uma forma de piedade. João, o corajoso e destemido reprovador do pecado,
que veio preparar o caminho para o primeiro advento de Cristo, assim falou à
multidão reunida para ouvi-lo: “Toda árvore, pois, que não produz bom fruto é
cortada e lançada ao fogo” (Mt 3:10) (Review and Herald, 11 de janeiro de
1881).
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Terça, 2 de abril
Dois Filhos
Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho,
vai hoje trabalhar na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi.
Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não
quero; depois, arrependido, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Mateus
21:28-31
Na
parábola, o filho que se recusou a ir representa o mundo gentílico; e a classe
que respondeu “sim, senhor” representa os fariseus. Cristo havia acabado de
purificar o templo da presença daqueles que o maculavam com o tráfico proibido.
A divindade irradiou através da humanidade e os seres humanos viram a glória e
o poder de Deus se manifestarem diante de seus olhos. [...] Ao Se dirigir Jesus
para Jerusalém, a multidão cobriu o chão com as vestes, espalhou ramos de
palmeira pelo caminho e entoou louvores a Ele, cantando: “Hosana ao Filho de
Davi!” Apesar de a multidão jubilosa não ousar dar continuidade às aclamações
até alcançar o portão do templo, por temor dos sacerdotes e líderes, as
crianças retomaram o cântico e renderam louvores a Deus no templo, entoando:
“Hosana ao Filho de Davi!” [...]
O povo gentio aceitou a verdade, mas aqueles que possuíam tão grande luz e
privilégios maravilhosos, aqueles que receberam bênçãos espirituais e também
temporais recusaram a mensagem de salvação. Professavam ser o povo de Deus.
Diziam: “Sim, senhor”, mas fracassaram em fazer a vontade do Pai. [...]
No instante em que o convite celestial alcançou seus ouvidos, sua resposta foi:
“Sim, Senhor, eu creio na verdade”? Mas, pelas ações da sua vida, você
demonstrou descrer? Abrigou você a verdade em seu coração? Permitiu que o poder
transformador dela tomasse posse de seu ser? Foi a graça santificadora
introduzida em seu caráter? Como você se encontra? […]
É o privilégio de todos dizer: “Executarei as ordens de meu Capitão palavra por
palavra, estando ou não em harmonia com a minha vontade.” [...] Direi: “Quais
são as minhas ordens? Qual é o meu dever? O que diz o Mestre para mim? […] Qual
é a minha situação diante de Deus?” Assim que estabelecemos uma relação correta
com Deus, devemos entender nosso dever e executá-lo; no entanto, não devemos
pensar que nossas boas ações nos habilitam para a salvação. [...]
A questão não é como você subsistirá no dia de angústia ou em alguma ocasião
futura, e sim: Como está seu coração hoje? Você vai trabalhar hoje? (Review and
Herald, 9 de abril de 1889).
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Segunda, 1º de abril
A Grande Ceia
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